Renato Phaelante
Genival Macêdo foi pioneiro em alguns particulares da música da nossa região. Pouca gente sabe ter sido ele e alguns conterrâneos, os responsáveis pelo lançamento do trio elétrico no carnaval brasileiro, antes dos baianos Dodô e Osmar, mais exatamente em meados da década de 40, pelas rua de João Pessoa, na Paraíba.
Foi também ele quem colocou um molho diferente no frevo, cujos versos, não obedecendo à métrica tradicional, tornaram-se verdadeira inovação e caíram como uma luva no gogó ritmado e personalizado de Jackson do Pandeiro.
Genival é, sem dúvida, um dos precursores da modernidade na música pernambucana, o frevo. Tão moderna e atual, sua música está sendo revista e resgatada com bastante singularidade, através de talentos diversos da MPB contemporânea.
Genival é, sem dúvida, um dos precursores da modernidade na música pernambucana, o frevo. Tão moderna e atual, sua música está sendo revista e resgatada com bastante singularidade, através de talentos diversos da MPB contemporânea.
A participação de Genival Macêdo na história da discografia brasileira vem desde 1947, quando, pela gravadora Odeon, foi lançado o samba Diana, acompanhando os primeiros passos daquele que se tornaria um dos mais expressivos conjuntos vocais da música no Brasil: Quatro Ases e um Coringa. Desde então, suas músicas vêm mantendo uma marca de talento e competância que somente os privilegiados possuem.
Muitos foram os seus sucessos. Quem não guarda na memória o Micróbio do Frevo, A Mulher do Aníbal, O Crime Não Compensa, tão marcantes na voz do saudoso Jackson do Pandeiro. E os inesquecíveis frevos Saudades de Pernambuco, Vão Me Levando, Cigana Mentirosa, Quem é Casado Não Pode, que marcaram as décadas de 50 e 60. Esses e outros sucessos fizeram desse compositor, na terra do frevo, um expoente em popularidade à altura de Nelson Ferreira e Capiba.
Inúmeros são os seus intérpretes nacionais e regionais. Entre tantos se pode destacar Carmélia Alves, Carmem Costa, Quinteto Violado, Vocalistas Tupi, Os Cancioneiros, Onéssimo Gomes, Expedito Baracho, Claudionor Germano, Déo, Gilberto Fernandes, Léo Vilar e o mais jovem deles, o Silvério Pessoa. Todos emprestam seu talento e contribuem para o evidente sucesso das criações de Genival Macêdo. Recentemente dois grandes nomes da nossa música entraram para essa galeria de intérpretes quando gravaram “A Mulher do Aníbal”:Chico Buarque e Zeca Pagodinho.
Ao lado desses, outros pernambucanos e nordestinos, de um modo geral, culturalmente envolvidos com a verdadeira história da música brasileira, vêm resgatando, como nesse CD, um pouco da dívida brasileira com esse paraibano que, temos certeza, terá, por muitos anos ainda, suas criações admiradas e curtidas por gerações que, cada vez mais lúcidas, reconhecerão e reverênciarão a capacidade musical indiscutível de Genival Macêdo.
Renato Phaelante da Câmara
Pesquisador Fonográfico da Fundaj